domingo, 18 de abril de 2010

Uma mão acenando

Não há nada além de água nos lagos santos,
eu sei, tenho nadado nelas,
Todos os Deuses esculpidos de madeira e marfim
não podem dizer uma palavra.
Eu sei, tenho clamado por eles.
Os Livros Sagrados do Oriente nada mais são do que palavras.
Examinei suas capas certo dia, de modo informal.
Kabir fala
apenas sobre o que ele viveu.
Se você não viveu algo,
o que diz não é verdade.

Eu tenho pensado na diferença entre
a água e as ondas que nela se formam.
Subindo, a água ainda é água, caindo, ela é água.
Você daria alguma sugestão sobre como falar delas separadamente?
Por que alguém inventou a palavra "onda"?
devo distingui-la de "água"?
Há Um Segredo dentro de nós.
Os planetas em todas as galáxias
passam por suas mãos como contas.
Este é um fio de contas para oqual se deveria olhar
com olhos luminosos.

Kiwi

indivisível
entre eu e você
apenas o indizível

(Seigen)

domingo, 21 de março de 2010

E depois de uma longa semana cheia de afazeres em minha rotina estenuante sento-me imóvel e calado durante uma hora e meia. E percebo que as únicas pessoas sãs com quem cruzei ao longo destes dias, são as pessoas que estão sentadas como estátuas ao meu redor.

domingo, 14 de março de 2010

Estrofe 15

Não devemos fazer, Devemos fazer.
Não devemos falar. Devemos falar.
Não devemos pensar.
Assim, há situações para cada momento.

domingo, 7 de março de 2010

Amor. Meditação

Quanto mais você medita mais você ama. Quanto mais você ama mais você se relaciona.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

A divina imagem. William Blake

... pois a compaixão tem um coração humano...
... a piedade tem um sorriso humano...
... a paz a roupagem humana...
... o amor a forma humana...

Mas a crueldade também tem um coração humano...
O ciúme tem um sorriso humano...
O medo, a forma humana...
A intimidade também tem uma formahumana...

mas a roupagem humana é ferro forjado,
a forma humana é forja ardente,
o sorriso humano uma fornalha fechada,
e o coração humano sua garganta esfomeada!

O jardim do amor

Eu fui ao jardim do amor,
E ví algo jamais avistado:
No centro havia uma capela
Onde eu brincava no relvado.

Tinha os portões fechados, e "Proibido"
Era a legenda sobre a porta escrita.
Voltei-me então para o jardim do amor,
Que outrora dera tanta flor bonita,

E ví que estava cheio de sepulcros
E muitas lápides ao invés de flores;
E em longas vestes ediondas os padres faziam rondas,
E atavam com nó espinhoso meus desejos e meu gozo.